sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

O Sonho




Mais do que tudo gostava de ler, passear sozinho e sonhar... sonhar! Difícil dizer quais eram meus sonhos: às vezes parecia que eu eu me encontrava diante de uma porta semiaberta atrás da qual se escondiam segredos misteriosos. E ficava lá esperando, fascinado, sem passar da soleira, sempre imaginando aquilo que estaria diante de mim, e esperava sempre, sentindo-me desfalecer... ou adormecer. Se tivesse algum veio poético, provavelmente teria começado a escrever versos; se tivesse sentido alguma vocação religiosa, poderia ter-me tornado monge; mas em mim não havia nada disso, e eu continuava a sonhar e a esperar.


Ivan Sergueievitch Turguêniev 

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